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O que mudou na nossa forma de viver nesses novos tempos?

O que mudou no modo como trabalhamos?

Como nos comunicamos?

Como nos expressamos?

Como buscamos informações?

Como nos divertimos?

O que mudou nos sistemas de educação, transporte, saúde?

Como a tecnologia tem mudado as nossas vidas?

Como mudará as gerações futuras?

São muitas as questões diante das mudanças que vivemos nos últimos anos e que são marcadas pela velocidade!

Afinal, as transformações sempre fizeram parte da história humana. O que nos chama a atenção para as transformações dos últimos anos é realmente a velocidade em que elas têm acontecido!

Diante de tantas inquietações, refletir valores e objetivos comuns das populações, passa a ser decisivo para pensarmos um futuro compartilhado de forma justa e ética!

Como afirmou Chris Anderson, ex-editor-chefe da revista americana de tecnologia Wired e agora fundador e CEO da startup 3DRobotics, “não se trata de uma Era de mudanças, mas uma mudança de Era”

A 4ª Revolução industrial – de Klaus Schwab (2015) – é  um livro que na lógica do mundo atual é considerado velho, porém, me proponho a trazer aqui algumas contribuições com as quais Schwab nos provoca nesta obra.

Ele afirma que a diferença nas mudanças atuais da humanidade está marcada por essas três questões principais:

Velocidade – o ritmo exponencial das mudanças que não são mais lineares;

Amplitude e profundidade – a revolução digital desencadeou profundas mudanças de paradigma que transformaram, para além do “que” e “como” fazemos, “quem” somos;

Impacto sistêmico – transformação de sistemas inteiros com impacto global.

O livro enfatiza como tecnologia e sociedade coexistem:

“Quanto mais pensarmos sobre como aproveitar a revolução tecnológica, mais analisamos a nós mesmos (…) e mais oportunidades teremos para moldar a revolução de uma forma que melhore o estado do mundo” (Schwab, 2015, p.14)

Em resgate às mudanças na história do homem, o autor destaca:

  • A transição na busca de alimentos há cerca de 10.000 anos o que possibilitou o surgimento das cidades
  • Revoluções industriais iniciadas na segunda metade do século XVIII e que levou à transformação do uso da força muscular para a utilização da energia mecânica.
    • A 1ª entre 1760 e 1840 – com o advento das ferrovias e máquinas à vapor.
    • A 2ª, no final do século XIX e início do século XX – com a novidade da eletricidade, da linha de montagem e da produção em massa.
    • A 3ª, com início na década de 60 do século passado – marcada pela revolução digital ou do computador (destacando a internet na década de 90).

E por que falar de uma 4ª revolução industrial?

Especialmente pela fusão das tecnologias com interação nas dimensões dos domínios físicos, digitais e biológicos, impulsionadas com uma ampla e veloz difusão.

Dimensão física: robótica avançada (na enfermagem – colaboração entre humanos e máquinas cada vez mais possível), impressão 3D (implantes médicos, turbinas eólicas), veículos autônomos (exemplo: drones para entregar suprimentos de guerra ou perceber e ofertar demandas da agricultura), novos materiais inteligentes (grafeno: 200 vezes mais forte que o aço, milhões de vezes mais fino que um fio de cabelo e eficiente condutor de calor e eletricidade)

Dimensão digital: internet das coisas (IoT) – plataformas e tecnologias conectadas  a exemplo de sensores que nos permite acompanhar toda cadeia de fornecimento de produtos e pessoas; Blockchain (“livro contábil compartilhável”), a exemplo do Bitcoin; plataformas tecnológicas que possibilitam a economia sob demanda – exemplo Uber e Airbnb

Dimensão biológica: genoma em poucas horas a um valor acessível, criação de organismos personalizados a partir de alterações no DNA, revolução no cuidado em saúde, por exemplo alterando o tratamento mediante mapeamento genético de um tumor, recomendação de tratamentos por inteligência artificial, reescrita de genoma de porcos para terem órgãos compatíveis para transplante humano, bioimpressão tridimensional. Temos hoje limitações éticas e jurídicas e não mais técnicas!

O autor destaca que, referente à 2ª revolução industrial (advento da eletricidade), temos ainda cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo sem acesso à rede elétrica. E no que diz respeito à 3ª revolução industrial (advento da internet) até 2015, cerca de quatro bilhões de pessoas não tinham acesso à internet. O dado atual do Brasil revela que 19% da nossa população não tem acesso à internet nos dias de hoje. Apesar de uma expansão pós início de pandemia, essa parcela significativa dos brasileiros ainda segue sem acesso a essa tecnologia “vital”.

Considerando que um dos determinantes do progresso é dado pela extensão que a inovação tecnológica é acessível à sociedade, temos uma grande dor para resolver: como governar a difusão das inovações e atenuar rupturas sociais existentes?

Na virada do século XX para o século XXI vivenciamos a revolução da força total das tecnologias digitais. A indústria 4.0, citada em 2011, já previa a revolução da organização das cadeias globais de valor.

É necessário estabelecer um conjunto de valores comuns que norteiem escolhas políticas, visando a oportunidade para todos! Vivemos o “boom”  de inúmeras inovações disruptivas, ou seja, produtos, serviços ou conceitos que interrompem ou alteram um mercado existente ou cria novos segmentos de mercado.

Aqui vale lembra a afirmação do filósofo Leandro Karnal que estamos em tempo de praticar a “aprendibilidade” – um neologismo necessário para hoje que se refere à capacidade de adaptabilidade frente às grandes e rápidas mudanças.  Um dos critérios para viver na prática essa capacidade é não viver de saudosismo. Mudamos de era! Mudamos de realidade. É urgente encarar as mudanças e centrar nossas forças para o uso ético e justo dos recursos que temos em nossas mãos.

Não podemos deixar que as rupturas sociais se agravem, afinal, quem terá acesso à um transplante de uma parte do corpo que foi desenvolvida na realidade 3D? Apenas quem tem dinheiro para pagar? Ou as políticas públicas considerarão a questão da equidade na distribuição dos recursos? Utopia? De quem é a responsabilidade?

Fatores tradicionais de valor foram alterados com a chegada desse novo. Qual será o nosso papel nessa nova Era?

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